REVIEW | Invencível (2014)

Após ter realizado o documentário A Place In Time, em 2007, e de nos ter trazido a longa-metragem Na Terra de Amor e Ódio em 2011, Angelina Jolie chega desta vez com Invencível - um épico biográfico altamente equilibrado, que desperta as emoções de todos os espectadores da sala e rapidamente nos faz acreditar no impossível. 

O filme relata a história de vida de Louie Zamperini, atleta olímpico que sobreviveu à II Guerra Mundial. Essencialmente, Jolie mostra-nos como Louie chegou a atleta olímpico, através das suas memórias - temos portanto alguns saltos no tempo ao longo do filme, que à partida não fazem muito sentido, mas com o desenrolar dos acontecimentos tornam-se perceptíveis (apesar de tudo, tornam-se desagradáveis sobremaneira, dado o uso exagerado dos mesmos) como memórias de Zamperini. 

Depois vemos toda a sua história enquanto sobrevivente da guerra: o despenhar do bombardeiro onde se encontrava em alto mar, a morte dos comparsas, os mais de 40 dias a bordo de um bote de emergência em águas do Pacífico pejadas de tubarões, e a chegada a solo japonês, a prisão enquanto inimigo da nação e o confronto com o "Pássaro". 

É uma história de coragem e sobrevivência, o papel de Louie Zamperini brilhantemente interpretado por Jack O'Connell, que nos oferece a chance de ver o melhor possível a resiliência e a persistência deste homem - aproveito também a oportunidade para ressalvar aqui que esta é uma homenagem muito bonita a Louie Zamperini, falecido a 2 de Julho de 2014, com 97 anos. 

Voltando então ao tópico de conversa, em termos de actores, o filme está inteiramente focado em Jack O'Connell, no entanto, e não havendo outro papel que me tenha chamado tanto a atenção, temos no reverso da medalha o malvado "Pássaro" (sargento Watanabe), interpretado por Takamasa Ishihara - papel mais que secundário, no entanto altamente relevante para o desenrolar da história e, uma vez mais, interpretado de forma surpreendente. 

De uma forma geral, temos aqui uma obra cinematográfica bastante equilibrada, que nos trás momentos de grande intensidade contrabalançados por outros em família, de história, de momentos felizes. É um forte candidato ao óscar de melhor cinematografia, e é, apesar dos pontos negativos que aqui referimos, um filme a não perder.