REVIEW | As Cinquenta Sombras de Grey (2015)

Após aquilo que pareceu uma eternidade de espera, ei-lo que chega, um dos filmes mais aguardados de 2015 - quer pela legião de fãs da saga literária da autora E. L. James, quer por todos os curiosos que esperavam ansiosamente a saída do filme. Com cerca de 47 milhões de bilhetes vendidos ainda antes da estreia internacional, As Cinquenta Sombras de Grey deixou de ser apenas um fenómeno literário para se tornar igualmente num fenómeno cinematográfico - se bem que enquanto tal deixe bastante a desejar. 

Inevitavelmente, terei de fazer a comparação entre o livro e a sua adaptação cinematográfica. Existem cenas importantes que fazem falta ao filme, e são essenciais para o desenrolar da história e para a compreensão da personagem de Christian Grey (não, não falo da famosa cena do tampão, nem da Mrs, Robinson - e não me poderei alongar muito na matéria afim de manter a universalidade da escrita). No fundo, cinematograficamente falando sente-se que há cenas que foram ali "metidas a martelo" e que não fazem sentido sem o resto da história (e daí também a necessidade de acabarem o que começaram e fazerem as restantes adaptações). 

Quanto a personagens, muitos ficaram desapontados com o casting das personagens principais. Jamie Dornan não é um mau Christian Grey, na verdade, para termos o homem que Erika James descreve na trilogia, só mesmo uma estátua esculpida por Michelangelo (e talvez nem assim atingíssemos esse tipo de perfeição). Tendo em conta que o primeiro escolhido havia sido Charlie Hunnam, fisicamente Dornan acaba por corresponder mais à idealização de Chistian Grey proposta nos livros. Quanto à sua interpretação, bem... pode evoluir, mas consegue ser levado a sério. No que diz respeito à nossa Anastasia Steele, aqui interpretada por Dakota Johnson, também não era o que a maioria dos fãs da saga esperavam. No entanto, a sua personificação de Ana faz elevar a fasquia a todo um outro nível e é um ponto a favor do filme - nomeadamente porque aqui Ana Steele demonstra mais garra que nos livros. 

No que refere à banda sonora, embora seja genial, e um dos melhores pontos a favor do filme, temos aqui mais um facto de comparação ao livro importante: a autora praticamente dava uma playlist de bandeja. Uma playlist para o carro, uma playlist para a casa dele, outra para o elevador... Enfim, o livro possui uma lista imensa de referências musicais a serem aproveitadas para o filme que infelizmente, não foram. Foi mais uma falha em termos de adaptação. 

No fundo, As Cinquenta Sombras de Grey não enche, nem de perto, as medidas dos fãs da saga que tanto aguardavam a adaptação cinematográfica do fenómeno literário, mas acaba por ter alguns pontos que jogam a seu favor e que continuam a fazer do filme, também ele, um fenómeno. 



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